RECEBER É UMA HABILIDADE QUE PRECISA SER CULTIVADA

Você sabia que receber é mais do que apenas aceitar algo? A habilidade de receber envolve uma série de nuances que requerem cultivo e prática. Mas o que exatamente implica essa habilidade e como podemos aprimorá-la em nossas vidas?

Introdução

No mundo movimentado em que vivemos, é fácil perder de vista a verdadeira essência do dar e receber. Muitas vezes, somos impulsionados por expectativas, obrigações e até mesmo pela nossa própria egoísmo. Mas, quando exploramos mais profundamente esses dois aspectos fundamentais da interação humana, descobrimos que estão intrinsecamente ligados à nossa identidade, à nossa capacidade de conectar-se com os outros e até mesmo à nossa própria autoestima. Neste texto, exploraremos a natureza do dar e receber, sua importância para o crescimento pessoal e como podemos cultivar uma abordagem mais autêntica e significativa em nossas interações cotidianas.

Você entende a verdadeira essência de dar e receber?

Dar é orientado à ação. Estamos no comando dessa situação. Fazer algo por outra pessoa nos faz sentir bem porque nossos cérebros são programados para sentir prazer em dar. Recebemos reconhecimento do receptor. Este ato de caridade, sem perceber, alimenta nosso ego. Até a Bíblia [Atos 20:35] exalta as virtudes do dar. Mas esse tipo de dar é feito do coração, não da cabeça.

A mente egoica quer reconhecimento pelo ato de dar. O coração quer que o receptor se sinta valorizado e digno do amor que está sendo dado. Vê a diferença? Um é um ato de auto-serviço, e o outro mostra nossa vulnerabilidade.

Receber é submisso. Isso nos abre, algo que o ego não quer que façamos. Para receber o amor que está sendo demonstrado, temos que expor nossos corações, o que mostra que nos importamos. Isso desbloqueia nossas partes ocultas do doador.

Dar e receber não são opostos. São duas partes do todo. Não há ato de dar sem participação do receptor. Ambos são fundamentalmente necessários para que o amor seja dado e recebido — nenhum é mais importante que o outro.

Então, por que é tão difícil receber?

Eu tinha dificuldade em receber dos outros porque não acreditava que era digna do amor deles. Meu ego pensava que, se minha mãe permitisse meu trauma, ela não me amava e, portanto, ninguém mais me amaria também. Essa crença limitante bloqueava meu coração de realmente receber qualquer coisa de outro.

Somos dignos, assim como somos. Saber disso em nossos corações é importante para darmos generosamente e recebermos o amor que um presente nos representa. Devemos ser capazes de receber de um lugar de abertura. Mas nossos corações podem estar fechados por muitas razões.

Quando meu marido era pequeno, ele circulava os itens que queria no catálogo de Natal da Sears. Mas a cada ano, ele não recebia os itens que queria. Então, ele adotou o mantra de não criar expectativas para não se decepcionar. Entendo que, para uma criança, isso pode funcionar para se proteger de dor futura. Mas, como adulto, isso é cinismo em ação, impedindo-nos de alcançar a felicidade.

Às vezes, outros ensinam que para receber, primeiro é preciso dar, baseado no princípio de que não existe almoço grátis. A habilidade de dar e receber se torna transacional. Esse ditado equivocado implica uma falta inerente de dignidade. Essa crença limitante, novamente, é uma mentira do ego porque todos nós somos dignos.

Como superamos nossos sentimentos de indignidade ao receber?

Apenas a mente egoica pensa que somos indignos. Nossa alma conhece a verdade. O primeiro passo para a realização de nossa dignidade vem quando lembramos quem realmente somos. Somos seres espirituais vivendo em um corpo enquanto estamos nesta escola terrena. Nossa alma, a voz do coração, é nosso guia turístico — se permitirmos que ela fale acima da mente egoica. Uma vez que nos conectamos com nossa essência, nosso eu autêntico emerge.

Nossa alma sabe que todos nós estamos conectados à Fonte e que todos nós estamos conectados uns aos outros. Portanto, não estamos sozinhos. Não estamos separados do Espírito nem uns dos outros.

Ao nos rendermos aos nossos corações, nos abrimos para ver de uma perspectiva amorosa e não da mente egoica. Como receptor, sentimos apreciação e amor do doador. Não nos perguntamos o que eles querem de nós, ou se pensamos que temos que retribuir da mesma forma. A gratidão surge de dentro de nós, e somos gratos pela bênção deste benfeitor em nossas vidas.

Como melhoramos ao receber?

Entender que nossa gratidão e agradecimento são suficientes como retorno por um presente que recebemos. Quando o doador vê nossa alegria, nosso sorriso e nossa apreciação, eles recebem o que desejavam. Nosso entendimento do amor e bondade que o presente representa. Dar e receber autênticos são atos de amor que só vêm de nossos corações.

Devemos estar cientes dos sentimentos que temos ao oferecer um presente. Estamos sendo abertos, amorosos e animados com a alegria do destinatário? Ou estamos preocupados se o presente é melhor do que o que recebemos deles? Ou se eles gostaram do que apresentamos? Achamos que superamos o presente deles para nós ou que nosso presente foi o melhor que eles receberam?

Como nos sentimos ao aceitar um presente? Seja consciente de nossas emoções ao receber um presente. Estamos alegres porque o doador nos agracia com um símbolo de seu amor e apreço? Estamos reagindo por receber o que queríamos, ou estamos decepcionados com o que recebemos?

Nosso presente para outro é sobre mostrar amor e apreço por essa pessoa em nossas vidas. Nosso recebimento de um presente de alguém é eles nos mostrando o quão gratos estão por nós estarmos em suas vidas. Este ato de amor é a essência de dar e receber. É um comportamento sincero de amor para com outro.

Então, como recebemos um elogio, graciosamente?

Por que é mais fácil para nós aceitar um comentário negativo de alguém e acreditar do que em um elogio positivo deles? Rejeitar elogios não é modéstia; é rejeição e auto-derrota.

Quando alguém diz algo gentil para nós, precisamos resistir à tentação de diminuir o elogio deles. Às vezes, nem mesmo estamos cientes de que o fazemos. Sabe quando alguém comenta sobre o lindo cachecol que estamos usando, e respondemos: “Isto aqui? Um velho.”

Ao desconsiderarmos o comentário deles, minimizamos o ato de bondade deles para conosco. Essa ação tem uma consequência dupla. Ela perpetua nossos sentimentos de indignidade e rejeita o amor deles por nós.

Precisamos reconhecer que temos valor para os outros. Aceitar nossa singularidade e maravilha individualizada, porque todos somos de nossa própria maneira. Quando recebemos um elogio, respondemos graciosamente com um simples “Obrigado”. Não desvalorize o presente que eles nos deram. Também resistimos à vontade de elogiá-los de volta. Não precisamos dar algo em troca da bondade que nos foi dada.

Como aprendemos a receber ajuda?

A sociedade elogia pessoas independentes. As vemos como menos necessitadas. Em contraste, vemos a dependência como pegar mais do que é necessário. Ou vemos o ato de receber como egoísmo ou fraqueza pelo receptor.

Nos empoderarmos quando aprendemos a receber apoio de outros. Quando recebemos ajuda, é porque pedimos. Não estamos tirando. O doador está nos proporcionando um presente, e estamos aceitando graciosamente a ajuda. Quando reconhecemos a colaboração com os outros, ganhamos mais trabalhando juntos do que lutando sozinhos.

Além disso, lembre-se de como nos sentimos quando alguém nos pede ajuda. Ganhamos autoestima porque alguém reconhece que nossos talentos podem beneficiar o trabalho deles. Desfrutamos da associação com outro porque essas conexões são vitais. Ajudar os outros nos faz sentir bem, então, ao pedir ajuda, permitimos que outros se sintam bem consigo mesmos.

Estamos equilibrando nosso dar e receber?

Muitos de nós passam muito tempo ajudando os outros em detrimento de nós mesmos. Olá, sou Terri, uma voluntária em recuperação. Passei décadas ajudando organizações com meu tempo e talentos. Agora, entenda-me, ajudar os outros é ótimo, mas deve haver um equilíbrio em como nos doamos.

Na minha última incursão como voluntária, eu trabalhava cinquenta horas por semana e passava outras trinta horas liderando um grupo de motociclistas local. Estava sobrecarregada, mas nem sempre produtiva. Meu marido e eu dirigimos um capítulo local da Gold Wing Road Riders Association por seis anos. Eu conduzia as reuniões mensais, agendava passeios, escrevia o boletim informativo e planejava todas as atividades sociais. Fiz tanto que estava esgotada e pronta para desistir quando meu marido me disse para pedir ajuda aos outros membros do capítulo.

Ao pedir ajuda, pude trabalhar nas áreas que eram minhas forças e permitir que os outros crescessem e expandissem seus talentos para o grupo. Tive que aprender que, para ter equilíbrio no meu dar, tinha que pedir ajuda. E ao fazer isso, pude relaxar, abrir meu coração para receber seus presentes e, então, todos nós fomos bem-sucedidos juntos.

A totalidade vem de ambos os lados do dar e receber.

Temos que dar e receber do coração para que nossas almas cresçam e se expandam. Dar é mais fácil do que receber, mas temos que dar porque amamos, não por obrigação. Quando escolhemos mostrar nosso amor por meio de um presente ou ato de serviço, mostramos nossa vulnerabilidade a eles. Eles podem escolher receber ou rejeitar nosso símbolo de amor.

Quando recebemos, nos conectamos com outro e formamos laços íntimos. Mostramos a alguém nossa vulnerabilidade ao aceitar seu presente sem anexos. Liberamos qualquer vergonha ou negatividade ao receber quando abandonamos as crenças erradas da mente egoica. Ao receber humildemente e mostrar nossa apreciação, vivemos dentro da totalidade e equilíbrio de ambos os lados deste empreendimento.

Temos que aprender a confiar que quando nos é dado algo, não há condições; é um ato de amor. E quando damos algo, temos que nos presentear sem expectativas de nada em troca, exceto ver o outro receber nosso ato de amor.

Avançando através do Dar e Receber do Coração

O Universo nos dá, e nós recebemos, mas temos que perceber essa ocorrência diária. O sorriso de um estranho, um colega segurando a porta aberta e o elogio de um amigo são presentes dados que recebemos. Preste atenção. Seja grato.

Ao nos aproximarmos da temporada de festas, examine por que você está dando. Você está presenteando porque está mostrando seu amor, ou sente-se obrigado a fazê-lo? Você está oferecendo sem expectativas? Se realmente deseja contribuir com algo de um lugar de amor, então seja criterioso com o presente.

Como receptor, vamos abrir espaço para aceitar ajuda, palavras de bondade e sorrisos de outros. Quando apresentados com um presente, relaxe e desfrute do gesto amoroso de outro. Permita-se abrir para que possamos participar plenamente da experiência oferecida a nós.

Quando resistimos a receber, também resistimos a dar. Para participar plenamente da totalidade do ato, temos que participar de ambos os lados do processo. Ao fazê-lo, nossas vidas se tornam mais satisfatórias porque podemos ver o Divino na prática, e isso se sente diferente.

À medida que nos tornamos mais conscientes de como nos sentimos ao dar e receber, aprendemos a dar do coração para que possamos receber o presente do amor e da bondade sempre que for dado.

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Conclusão

Em última análise, dar e receber são componentes essenciais da experiência humana. Ao nos conectarmos com esses aspectos mais profundos de nós mesmos e dos outros, abrimos portas para uma maior compreensão, empatia e gratidão. Através do dar generoso e do receber gracioso, construímos laços significativos uns com os outros e encontramos uma sensação de plenitude e harmonia em nossas vidas. Que possamos continuar a explorar e praticar essas virtudes, não apenas durante a temporada de festas, mas em cada momento precioso que compartilhamos com aqueles ao nosso redor.

Com conteúdo terrikozlowski.com

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